REDAÇÃO 4: A PREDOMINÂNCIA CRÍTICA

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           Esta  técnica  é aplicada a temas que contêm uma crítica profunda. A crítica pode referir-se a algum aspecto da natureza humana, qualquer circunstância da nossa realidade nacional ou mundial:  pode tratar-se de uma questão política. um grave problema social, uma inadequação econômica. um conflito entre nações, ou qualquer assunto que permita uma análise crítica ao longo de toda a  dissertação.
             Observe alguns temas que, a nosso ver, seriam desenvolvidos de maneira bastante satisfatória, pela utilização desta técnica:

TEMA 1 :
          Torna-se cada vez mais difícil compreender como nosso país, com tantas riquezas naturais e com essa imensidão de terras cultiváveis. consegue manter grande parte de sua população em estado de miséria absoluta.

TEMA 2:
        O ser humano, no decorrer de milênios de sua História, tem provado possuir uma natureza profundamente destrutiva, que persiste independentemente do desenvolvimento científico e cultural da humanidade.

A técnica de dissertação com predominância crítica apresenta o seguinte esquema:

                                      Esquema de dissertação nº 4
                                                       Título
1º  parágrafo
Estabelecimento do TEMA (a perplexidade diante da situação).
Introdução
2º  parágrafo

3º  parágrafo
Referência a fatos de conhecimento público.

Comentários críticos (crítica dos fatos, ideias ou circunstâncias).

Desenvolvimento
4º  parágrafo
Considerações finais (observação crítica seguida de uma expectativa).
Conclusão

           Procuremos entender este esquema. De início, o assunto é estabelecido e pode demonstrar perplexidade frente a uma situação que, por algum motivo, revolta-nos. Quando se critica algo, tanto as ideias quanta a reação emocional aparecem. Porém, a emoção deve ser dosada para não formularmos uma crítica grosseira. Sugerimos, para se conseguir uma certa sutileza, o  uso do eufemismo, recurso estilístico no qual dizemos algo trágico ou desagradável utilizando palavras amenas, delicadas. Este recurso garante um mínimo de qualidade à dissertação crítica.
            No desenvolvimento, o esquema sugere que se façam referências a fatos de conhecimento público (notícias dadas pelos meios de comunicação, fatos históricos, testemunhos de fontes fidedignas, citações, etc.) que estejam associados ao assunto proposto.
           No segundo parágrafo do desenvolvimento, é a vez dos comentários críticos, apresentados em sequência, ou seja, um comentário leva a outro, na continuidade natural do raciocínio. Boa parte dos comentários refere-se diretamente às ideias do parágrafo anterior. Os demais são decorrência da abordagem do assunto. Convém que alguns recursos sejam usados para enriquecer os comentários críticos. A comparação é um excelente recurso. Comparar duas situações, regiões ou dois fatos similares, ou mesmo  duas pessoas  com características afins é bastante recomendável, inclusive para esclarecer certas afirmações ou tornar mais claro o que se quer retratar.
             A conclusão é um comentário final, seguido de uma expectativa. Nela, tanto você pode reafirmar sua perplexidade diante de situação tão adversa, quanto lamentar este estado de coisas. Da mesma forma, poderá expressar o desejo de transformações, a resignação diante dos fatos ou mesmo sua total descrença, indignação ou qualquer outra expectativa que tiver, depois de expostas todas as circunstâncias que envolvem o assunto.

                                          A  IDADE  DA  HUMILHAÇÃO
       
           É claro que a corda sempre se rompe do lado mais fraco, mas para tudo existe um limite que, quando ultrapassado, causa-nos espanto, revolta e vergonha.Até quando, neste país, o aposentado será visto pelas autoridades como um cidadão de quinta categoria, sobre o qual podem recair todos os tipos de  infâmia?
           Não é segredo para ninguém que o salário do aposentado sempre esteve muito aquém de suas necessidades básicas. Ao longo dos anos, temos visto os indicadores financeiros apontando para uma vertiginosa queda do valor real recebido por esta categoria.
           Muito embora a Constituição tenha garantido o recebimento do mesmo número de salários mínimos daquele da data de cada aposentadoria, é de causar vergonha o que fez o primeiro governo eleito pelo povo, após o período de exceção: a medida provisória que desvinculou os  rendimento dos idosos do salário mínimo pago aos trabalhadores em atividade. Isto sem falar do confisco dos ativos financeiros daqueles que economizaram durante toda uma vida . Os que viram jamais esquecerão as enormes filas de idosos que se comprimiam a duras penas nas agências bancárias, quando o governo, atendendo a inúmero pedidos, resolveu liberar o dinheiro de seus pais, avós e bisavós até então esquecidos no emaranhado de cálculos e fórmulas da tecnocracia.
            Exatamente como uma peteca, envolvido por uma sequência de informações contraditórias, o aposentado brasileiro tem vivido muito mais de promessas do que de pão. Levando em conta os valores da ética cristã e a civilidade própria das sociedades que alcançaram um mínimo  de desenvolvimento, questionamos nossos valores, ao compararmos a situação desses idosos com a dos velhos em algumas aldeias indígenas do passado que não conseguiam mais prover seu sustento e eram levados a um lugar distante da tribo, para encontrarem a morte.
            Resta saber por quanto tempo mais o aposentado e o indigente estarão no mesmo patamar, depois das árduas décadas de empenho e sacrifício dos que acreditaram no trabalho e na honestidade e, até o momento receberam em retribuição somente humilhações.

Utilize os comentários para debater sobre o tema.

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Bons estudos!

Um comentário

  1. vcs podem fazer um texto com o temo 1 para eu seguir o modelo.por favor?

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